Iniciamos este blog em outubro de 2008, para divulgar o lançamento do livro de Francisco Dias da Costa Vidal sobre suas memórias da Praia do Hermenegildo. Mas continuaremos contando sobre nossos passeios, nossas experiências, nossas artes, e as novidades do nosso Planeta. Convidamos a todos os amigos a participarem e assim, continuarem a fazer parte da nossa história! Sejam Bem-vindos!

domingo, 30 de outubro de 2011

Serie Caux - Pessoas do mundo (6)

Congresso de Caux, Montreux


Pessoas do Mundo - Participantes de Caux
Agosto de 2003


9. Sr. Cornélio Sommaruga


Sr. Cornélio é o atual Presidente da Fundação de Caux. Durante 10 anos foi presidente da Comissão Internacional da Cruz Vermelha. Suiço da região Italiana, orgulhoso das suas origens, é garboso, alto, de palavras fáceis, atitudes gentis, liderança e muita experiência de vida.
Com Sr. Sommaruga num jantar em Caux - 2004
2003



Uma das tantas belas noites de Caux, jantamos juntos, onde agradecemos a recepção afetuosa e ele se dispos a nos ajudar. Não sabíamos que idioma falar. Sérgio Casaril se desenvolveu no italiano o que o deixou muito satisfeito. O francês que lhe sai também com facilidade foi traduzido pelo Bernard. Mas ele não quis deixar de falar algumas palavras em espanhol. Riu muito, contou suas histórias familiares e esteve junto conosco em todos os momentos.


Sr. Summaruga é presidente de uma Associação de Fundações que ajudam países ou movimentos em prol da Paz e da Reconciliação. Ajudar o movimento Gente que Avanza é questão histórica, pois Inicativas de Mudança (movimento que mantém a Casa de Caux) é antecessor e um ponto de referência para o trabalho na América Latina.


Sua simplicidade e capacidade de serviço é tão forte que num dos dias às 6:30h da manhã quando preparávamos o desjejum, ele apareceu dizendo que queria ajudar por que não tinha o que fazer.


Almoçando com Sr. Sommaruga 2003

Ele e o Bernard ficaram fazendo a recepção das pessoas enquanto eu e o Preecha, da Tailândia, ficamos fazendo a retaguarda, repondo os cereais, o leite...Eles não conseguiam parar de conversar com as pessoas...Todos puxavam assunto com eles...os dopis muito parecidos, pela popularidade e facilidade de comunicação em vários idiomas.

Por ele conheci um provérbio chinês, com o qual terminou o congresso de 2003. Diz assim: “Uma árvore que cai faz muito mais barulho do que uma floresta que cresce".


10. Stella: a moça de Moldavia que cuidava das crianças.


Stella, uma moça de Moldava, esteve conosco em vários momentos em Caux.


Stella à esquerda e Karen a meu lado

Se aproximou especialmente após nosso workshop. Ela estava em Caux como voluntária, trabalhando como pessoa de apoio.


Depois do nosso workshop sobre a “5ª Atitude” veio jantar conosco, junto com Karen, que cuidava das crianças.


Workshop "5ª Atitude" que Stella participou





“Depois da 5ª Atitude, vocês pediram que escrevéssemos uma carta. Escrevi ao meu avô. Foi ele quem me criou. Agora, ele está muito doente. Vim para Caux sem 
saber se poderei vê-lo quando voltar a Moldava. Pode morrer a qualquer momento” disse ela. E chorando, continuou: “Nada me faz chorar, nada! Sou muito forte mas a palestra de você stocou muito fundo no meu coração. Escrevi e disse o quanto o amava e pedi perdão. Isso que vocês falaram e que me tocou, o meu país precisa ouvir também. Quero ir a América Latina depois de terminar meus estudos, e ao voltar quero que alguém volte comigo para que façamos juntos esse curso lá. É isso o que eu decidi”

Série Caux - Pessoas do mundo (5)

Congresso de Caux, Montreux



Pessoas do Mundo - Participantes de Caux
Agosto de 2003




7. O Ministro Vitalício de Sierra Leona



Os africanos de Sierra Leona estavam conosco em peso, altura, odores, sorrisos, alegrias, generosidade, sentimentos e trajes coloridos.


Entre eles, havia um diferente: um ministro vitalício. Sempre vestido com seus trajes típicos, coloridos ou brancos.

 Uma certa vez, o Miguel pediu que eu conseguisse uma foto dele bem de pertinho. Seria uma foto diferente. Eu, como mulher, teria mais possibilidades. Então, lá fui eu. Saí do terraço onde estávamos reunidos e enquanto ele, de avental, arrumava as mesas para o jantar, pedi licença para a foto. Com a maior gentileza, tive a pouse ministerial e ...clic!!!...tirei a foto. Fui correndo mostrar para o Miguel e ele decepcionado me disse: “Não! Eu queria bem de pertinho!”

Ah, minha nossa! Lá voltei eu...conversei mais um pouco...ele sorriu mais um tanto...e pedi para o padre, que arrumava as mesas com ele, para tirar a foto a tal foto: ele comigo.Para disfarçar, claro! Que vergonha! Mas eles foram gentis demais e tudo deu certo! Lá está a foto minha com o Ministro vitalício de Sierra Leona.









8. A mulher que destoava


Entre tantas pessoa boas em Caux, sorridente, simpáticas, não podia deixar de faltar aquelas menos simpáticas.


Tudo começou quando o Sérgio, trabalhando conosco na cozinha, passou da sala de limpeza de louças para a sala de servimento do café da manhã, deixando a porta aberta.


Ela passava por ali e em inglês, “meteu a boca”. Não perdoou nem o idioma, nem o dia começando, nem o tema central do congresso. Foi com tudo no Sérgio! Eu assisti e tentei dar meu apoio. Mas ela já tinha fugido. Aquele tipo de pessoa que xinga e sai fora! O Sérgio, desabafou: “se ela estiver na nossa equipe, eu caio fora”, num rompante de desabafo.


Mas chegou a minha vez!
Num dos almoços, ela estava servindo a sobremesa e eu pedi uma porção menor do que as que estavam ali, servidas por ela. Ela resmungou com uma cara horrível dizendo que eu tinha que pegar uma das porções servidas por ela.
Eu, experiente em restaurantes, me neguei pois não comeria tudo e teria que jogar fora. Isso não! Nossa! Que cara que ela fez! Mas me serviu...só que uma colherinha ironicamente pequena....Que mulherzinha! Pedi: ”mais meia colher, please!” Mas a cara dela não melhorou. Não me agüentei com aquela situação e perguntei: “Tudo bem com a senhora?” Ela só me olhou e virou a cara. Que coisa! Até lá isso acontece!
Gente azeda...eu hein! É o mundo! Me nego a colocar foto dela aqui!




Série Caux - Pessoas do mundo (4)

Congresso de Caux, Montreux



Pessoas no Mundo - Perfil dos Participantes en Caux
Agosto de 2003




5. Semelhanças com os Africanos

Os africanos trajados tipicamente, com seus turbantes e batas coloridas e brancas , iluminaram o congresso e marcaram a todos por sua alegria.


Estiveram muito perto de nós na equipe Azul. Todos muito necessitados de uma juventude formada e consciente. Eram homens, líderes de comunidades de Sierra Leona, de Uganda, da Nigéria, do Congo ...já desanimados por tanta guerra. Charm tinha sido preso por alguns anos, acusado injustamente por anos. Agora era professor. Sofrido mas sempre com um sorriso no rosto, nos convidou para ir a Sierra Leona e conversar com os jovens de lá.

 
Oferecemos para todos eles, nosso workshop de forma exclusiva e a possibilidade de algum jovem africano ir a Montevidéu participar do programa de formação do “Gente que Avanza”. Mas acho que não ficará satisfeito até que possamos ir visitá-lo.

A relação com os africanos foi tão informal e tão irmã, que nunca senti essa cultura do outro lado do Atlântico, tão perto do Brasil.

Para uma moça de Senegal expliquei a história da feijoada. Ela achou linda e sentiu também o sofrimento que seu povo teria passado nas novas terras colonizadas.


Durante a festa das danças internacionais, as africanas dançavam melhor que qualquer brasileira....acabei dizendo: “você se parecem tanto conosco”. Mas ri e pensei melhor: ”acho que nós é que nos parecemos com vocês”. Ela ria e gostava do que falávamos!!!




6. Diferentes formas de ver e sentir


O Sr. Hanz é suiço de Luzern. Depois de nossa palestra sobre “não odiar os outros, outra culturas, outros países” veio conversar comigo para que eu fosse a Luzern conhecer uma colombiana, esposa de um amigo, que não estava se adaptando na Suiça. Pediu-me a tradução da música “Cambia, todo cambia”. Então, palavra por palavra, enquanto ele escrevia, fui traduzindo as palavras da música argentina que quer dizer que tudo pode mudar neste mundo: o diamente a cada lapidada, o cabelo do ancião, o que é superficial, o que é profundo, os pássaros mudam o seu ninho...e continuei....e a cada frase eu tinha que ser muito explicativa pois ele tinha uma certa dificuldade de entender que tudo mudava. A cada frase ele dizia: “Oh, que interessante!”
Então, contei que na América Latina acreditávamos que tudo podia mudar, menos nosso amor por nossa gente e por nossa pátria. Nossa forma de ser é muito aberta. Contei que muitas casas em vários lugares não eram trancadas e que as pessoas ficavam na porta conversando com os amigos. Que muitas vezes convidávamos as pessoas para tomar um café um chimarrão.
Hanz atento antes da musica que o abalou.
Disse que eu estava indo a Barcelona visitar o Toño e que ele ia me dar a chave da casa dele, enquanto ele viajava para a França. Depois ele voltaria e tudo estaria em ordem.
Os olhos azuis do Sr. Hanz me fitavam mas seus pensamentos estavam confusos.
Ele não entendía o que eu contava. Não conseguia imaginar uma moça visitando um primo, não entendia tanta proximidade entre as pessoas e nossa necessidade tão forte de carinho e receptividade.

Ele fez de tudo para me levar de trem até Luzern. Teria conhecido se não fosse a estranheza das pessoas as quais contei que poderia ir até lá conhecer uma colombiana.


Não sei se ajudei ou se atrapalhei mais! Até eu fiquei confusa!



Série Caux - Pessoas do Mundo (3)

Série Caux - Congresso de Caux, Montreux, Suiça
Agosto de 2003



Pessoas do Mundo - 
Relembrando os participantes de Caux




3. Cantando e encantando



No outro dia, convidaram para que algum de nós do “Gente que Avanza”, cantasse.
Já preparada psicologicamente pela Mana, comecei a ensaiar uma música ainda em Curitiba. Essa canção, do Almir Sater (o personagem “cramulhão”: da novela o Pantanal e um dos “amores” da Mami). Essa música já era uma das mais lindas para mim, mas depois que fui ver o show do Almir Sater em Curitiba, decidi aprendê-la no violão. E mais: comecei a tocar nos cursos que fazia por lá. Ela fala de coisas simples da vida....de alguém que, apesar de tudo, vai “tocando em frente”.




Então, no dia seguinte, era eu que estava lá. Gosto tanto dessa canção que puz todo meu coração, olhando para tantas pessoas com os olhos atentos e através dos janelões da “Casa” via os Alpes ao fundo.


Traduzi algumas partes dela e "meti bronca". O Sérgio me ajudou, especialmente dando apoio moral pois acabei ficando nervosa e emocionada.

Kamal, admirado, me convidou então para cantar com ele, músicas latinas. Disse que conhecia umas 30. Imaginem só!!! Isso só se pode ver lá!!!! Mas ainda estou esperando a oportunidade de poder cantar com ele!!!








4. A Norte-americana que cuidava das crianças

Karen, norte-americana, de uns 20 e poucos anos, que fala espanhol, cuidava das crianças do congresso enquanto seus pais estavam assistindo as palestras. Sua dedicação a elas foi muito marcante. Tinha um jeitinho tão especial de cuidar delas que todos corriam atrás, para desenhar, brincar e se divertir com muita obediência e alegria. Fazia passeios ecológicos com elas e de vez enquando a víamos com um deles no colo.



Num determinado momento do congresso, veio com um pequenino, me entregar um botão de rosa enquanto jantava com Mary y Tom Jones...e me disse:” essa flor é para que tu acredites que teus sonhos vão se realizar e que os problemas vão se solucionar... do mesmo jeito com que esta flor vai desabrochar”.

Não só isso, mas tudo que vi e ouvi lá, me transformaram definitivamente - nunca mais tive dúvidas de que os sonhos, os mais íntimos, aqueles que sonhamos desde pequenos, podem se realizar..


Série Caux - Pessoas do Mundo (2)

Congresso de Caux, Montreux, Suiça



2. - Pessoas no Mundo - Caux - Agosto de 2003

Sentada no gramado na frente da Casa da Montanha - antigo hotel (1906), que também serviu como refúgio de judeus no final da 2ªGuerra Mundial e hoje administrado pelo IofC e hotel de ensino de gastronimia.
A pedidos, resolvi continuar meu seriado de historinhas de Caux, minha viagem à Suiça.


Agora, em pleno ventoso outubro, em Macaé, me sentindo melhor no trabalho e nesta cidade diferente, com ajuda do meu computador, refresco minha memória dos bons moemntos em Caux.


Pretendo não ser longa, mas confesso que não consigo. Vou escrevendo, escrevendo, tudo que lembro em detalhes. Fico imaginando como teria sido se nossos antecessores como a Tia Marília, tivessem deixado algo no papel. Além disso, nada melhor do que a própria pessoa, de próprio punho (ou de próprio teclado) contar suas aventuras.


E como ainda estou “peguando o gosto pela coisa”, dedico aos nossos precedentes, minhas mais nobres lembranças. Nada se compara ao ponto de vista dos aventureiros. Foi só o Tonico insitir, que recomecei. Desta vez, contarei sobre a riqueza humana que vi por lá, que encontrei, que conversei e que hoje fazem parte da minha vida.

 
Sobre la “Casa de la Montaña”


Não sei se todos sabem, Caux é uma pequena localidade nas encostas dos Alpes suiços, desde onde se enxerga Montreux, as montanhas e o Lago Genebra. Num lugar incrível que me fez lembrar aqueles postais que a Tia Marília mandava. Nunca imaginei poder percorrer aqueles lugares maravilhoso que a Mana e o Baia também percorreram. A Suiça é só para os olhos de quem sabe observar com profundidade.  





Incrivel vista de Caux e do Lago Genebra vista desde Roche de Naye (pista de esqui), 1000metros acima do Lago
Quando estava lá, o Baia me disse que fizesse o trajeto de Montreux a Berna de trem. Quando se vai ao norte, os Alpes vão ficando a pra trás. Quando se volta ao sul, as montanhas vão se aproximando. Não fiz esse roteiro de trem, mas o fiz de ônibus. Sem dúvida, uma imagem inesquecível.

Vista de Caux. Lá, Lago Genebra, Montreux, Vevey e demais localidades
Naquele panorama lindo, é que está a “Casa da Montanha”, onde a Mana também esteve em 1999, junto com o elenco.

Na parte superior do morro, a Casa da Montanha na localidade de Caux, vista desde Montreux.
Numa época de muito seca na Europa, sem chuvas, o verde característico não existia e picos das montanhas tinham pouquíssimas manchas de neves. Lá, vivi um dos melhores momentos da minha vida. Tive encontro e ouvi histórias inesquecíveis. Há 50 anos esses encontros acontecem em Caux e talvez por isso aquele lugar seja tão encantado.
 São testemunhos de mudanças nos rumos da história do mundo. Lá se encontram pessoas, aleatoriamente escolhidas pelas mãos de Deus. Como eu, aceitam convites de quem já esteve por lá.


Então, imaginaram a mistura de gente que se encontra por lá!


E essa riqueza que quero deixar registrada. Riqueza de pessoas de quase 70 países.


Na equipe de trabalho “Azul” que participamos, encarregada do preparo do café da manhã e que se reunia para debates após as palestras, estreitávamos os laços de amizade com outros participantes. Só ali, eram 16 países. E para conversar sobre a “Paz”, pessoas de países em conflito: palestinos, israelitas, liberianos, nigerianos, não importa....raças, crenças, idiomas.... brancos, pretos, judeus, cristãos, muçulmanos, aborígenes, colonizadores, "colonizados"...todos se encontram em Caux.
À esquerda, muçulmana e euma das poucas pedagogas no goberno no Iraque e à direita líder africana e coordenadora do congresso, comigo e Killy (Guatemala)


Vamos lá, então....quero dividir algumas dessa figuras com todos para que tenham uma idéia do por quê ter voltado diferente de lá.



1. Os músicos do Mundo


Em Caux, se tem uma boa oportunidade para fazer as riquezas das pessoas virem à tona. As oportunidade artística acontece para abrilhantar os dias e as noites do congresso.


Nós tivemos a oportunidade de cantar em várias oportunidades, representanto o continente latinoamericano. Numa delas “Solo le pido a Dios” (Argentina, de León Gieco).


Christopher (no piano), Stella, April, Karen e eu cantando "Solo le pido a Dios"


Durante o jantar descobrimos que não tínhamos o violão para cantar. Então, pedimos para o Christopher Lancaster (Austrália) para que nos ajudasse com seus talentos no piano. Ele faz parte da família mais musical de Caux e mais conhecida. Sempre estão por lá. Durante o jantar, também convidamos a Stella (Moldávia), a April (USA) e a Karen (USA) que além de fazer a segunda voz, tocou flauta doce.


Éramos quase 4 continentes e durante o ensaio, nos emocionamos com a facilidade de juntar pessoas de lugares tão longínquos e em tão pouco tempo, montar uma música desconhecida pela maioria, num idioma que não era nosso.


Como a música pode unir as pessoas! Como a música pode quebrar as diferenças!

Sérgio e eu ensaiando "Cambia, todo cambia".
Num congresso onde as pessoas vão para encontrar a Paz e reconstruí-la, a música vinha de encontro às necessidades. Emocionou a todos, inclusive a nós, quando cantamos na sala de conferências. 2. O palestino que surpreendeu
As africanas cantando são inesquecíveis.



Kamal é um jordaniano, exilado no Qatar que tem ido a Caux há vários anos. Teve que se mudar por causa da violência e da trágica morte de seu primo. No Qatar, ele trabalha como engenheiro civil numa grande construtora.


Ele participou de nossa equipe Azul, do café da manhã. Sem saber o que fazer na cozinha ajudei a que ele se integrasse a equipe. Mas durante o café da manhã, ele começou a comer os cereais do balcão, com as mãos. Achei aquilo estranho, pouco higiênico e não me contive: “Kamal, você está com fome?” “Não!”, me respondeu. “Você não pode comer aqui na frente os cereais que são para as pessoas comerem e muito menos com as mãos”. Como havia um fiscal da saúde na casa expliquei o porquê da minha preocupação. Fui buscar um copo de suco e lhe ofereci:”tome suco, mas não coma cereais aqui na frente!”

Eu arrumando o serviço do café da manhã
Que atrevimento o meu, não!!! Nem sabia quem era ele!!! Podia ser algum ministro, algum general, algum ex-guerilheiro. Ele não se ofendeu e até brincou com aquilo dizendo que estava “degustando”. Afinal o clima era de cordialidade e todos estávamos ali para ajudar, ainda sem saber bem a melhor forma de como fazê-lo.



O Kamal, naquele dia, disse que precisava sair mais cedo e nos deixou trabalhando, terminando o serviço de limpeza. . Achei muito ruim por que estávamos em poucos. Mas...fazer o quê? Fui para a máquina de lavar pratos com nosso amigo tailandês, Preecha, e trabalhamos pelos outros.


Meus amigos na "máquina de lavar pratos" e eu tirando foto!
Mas, quando eu chegava no salão de conferências, tive uma enorme surpresa: o palestino estava tocando piano para todos, dando um show de arte. Tocava músicas iraquianas e árabes, além de um improviso. Confesso que nunca vi uma música tocada daquele jeito: majestral.



“Ah, que horror!!!” pensei comigo. Que falta de delicadeza! Eu estava chamando a atenção de um artista profissional...ele estava lá no palco....que vergonha me veio....Acabei pedindo desculpa, mas ele nem ligou...até achou graça com meu espanto ao vê-lo tocar aquelas músicas...Ele não era nem ex-guerrilheiro, nem general...era um artista!!!


Depois descobri que Kamal toca piano profissionalmente há 15 anos. Sempre leva palestinos ao congresso com a finalidade de fazer com que eles vejam como também se luta pela Paz e tenham mais esperança no futuro.


E foi na plenaria final, que Kamal surpreendeu mais uma vez. Uma israelita pegou o microfone e pediu perdão a todos os palestinos por tantos anos de horror, guerra e sofrimento. Assim que teve a palavra, Kamal respondeu em nome dos palestinos: “Como não vou te perdoar? Eu te conheço bem e sei que falas com teu coração. E é por causa de pessoas como tu, que posso acreditar que um dia teremos nossa terra para viver em Paz. Claro que te perdoo!”

Guatemala e Brasil, Killy e eu - "Cambia, todo cambia" - música chilena
Africa e Europa juntas

O americano Zick no violão.
 
O pessoal da Jamaica fez maior sucesso dançando e cantando com uma alegria e força desconsertantes.

Líderes e governantes tocando juntos

Sabrina e sua dança moderna

Familia Ferreyra dançando chacarera argentina e afilha Mariana já animada.
5 continentes juntos e a americana Karen na flauta tocando o início da musica argentina que ensinei um dia antes.



Serie Caux - Alimentacion (1)


Serie - Congreso de Caux, Montreux - Suiza
Série de lembranças, observações e considerações da minha viagem a Suiça ao Congresso para a Conciliação, que acontece todos os anos, organizado pelo IofC - Iniciatives of Changes (www.caux.iofc.org)

1. - Alimentación en el Mundo - Alimentación en Caux

Consideraciones Generales


En la terraza a la tarde!

La comida de la Casa de la Montaña, en Caux, devido a sus características geográfica y funcionales particulares, es digna de ser descrita y documentada.

Trabajé en restaurantes industriales durante 10 años, como profesional de Nutrición, ejerciendo la función de gerente y como responsable técnica.

La Casa de la Montaña (la llamaré de “Caux” o “Casa”) durante el año, es un lugar de entrenamiento de Cocineros y de Jefes de Cocina, abrigando una Escuela de Gastronomia.

La región de Montreux, donde se localiza Caux, es una de las más importantes regiones de Europa en Escuelas de Gastronomia y Hoteleria.

Eso ayuda mucho a que la comida sea particularmente sabrosa y muy bien preparada. Los cuidados con higiene son primordiales y el respeto a las reglas son obedecidos.

Durante 6 semanas del verano europeo, cuando ocurre el Congreso Internacional organizado por el movimiento de Iniciativas de Cambio (IofC), la Casa deja de ser solamente escuela y recibe mucha gente de todos los lugares del mundo. En ese período, todos ayudan en los cuidados generales de la casa, incluyendo la preparación de la alimentación.


Amigos en conversacion - diversos países!
La responsabilidad de participar en los equipos de cocina, de equipos que cuidan los arreglos florales, del equipo que prepara y sirve el desayuno, el té de la tarde, y el equipo que cuidaba de los niños...sirve para aumentar la integración de la gente y hace con que cada uno, en algun momento del día, pase por la experiencia de “servir”. En esto se incluyen los ministros, los generales, los viejos no tan viejos, los niños no tan niños, e incluso el presidente de la Casa, que fué durante 10 años, el presidente del Comité Internacional de la Cruz Roja, Sr. Summaruga.

Puede ser una de las tareas más difíciles hacer un menú para personas tan distintas, con hábitos y exigencias tan particulares. Para eso, es contratada una empresa que organiza todo lo necesario para que los servicios se cumplan, incluyendo la compra de los alimentos y de todo lo necesario para el mantenimiento de la casa en ese período.

El menú debe ser economicamente barato, adequado, fácil de ser preparado y que agrade. La casa se mantiene por donaciones y por el pago de las diárias de cada persona o instituición.

Pero, aunque tengan muchas buenas intenciones, el menú puede causar desagrado a algunos, inadaptaciones e inconvenientes.

A parte del menú principal, hay otros dos: para los diabéticos y para los musulmanes. Pero ninguno coordinado por nutricionista pero si por jefes de cocina entrenados.
De pronto me anunciaron como nutricionista y como colaboradora.


 
Descripción de los Servicios de Alimentación

Desayuno

Bernard ayudando siempre en todo! Un ejemplo!
El desayuno puede considerarse, con respecto a la riqueza nutritiva, como la mejor de las comidas servidas.

Hay de todo a la disposición de la gente: quatro tipos de cereales, yogurt, crema dulce de manzana, leche fria, panes de diversos tipos, margarina, manteca, dulces en pasta, jaleas, cafe, té, jugo, frutas y quesos en rabanadas y cremosos. Realmente muy diversificado!




Ni que hablar de los quezos suizos!!! Son particulares: olor fuerte pero muy sabrosos. La leche es deliciosa y cremosa como recién salida de la vaca..
Sérgio preparando los quesos!
















Almuerzo


El menu del almuerzo aunque igualmente diversificado tiene ciertos problemas nutricionales que podrían ser corregidos.
Vamos a detallarlo: ensaladas simples (una o dos siempre son ojas! importante!) y mixtas, legumbres, ojas verdes, mezcladas con pimientos, con quesos, porotos de diversos tipos, aceitunas, cebolla, tomate, tabule (ensalada del medio oriente que se prepara mezclando harina de kibe, pepino, lechuga y cebolla) y otras tantas.

Todo va acompañado de cundimentos y salsas: salsa french, salsa de yogurt, perejil, cebolla verde, queso rallado, vinagreta, semillas de liñaza, de girasol y otras particularmente sabrosas. Las ensaladas eram el punto positivo fuerte del almuerzo!

Una de las mesas con diferentes paises representados.

Haré apenas una observación. Ninguna de las ensaladas deberia estar cundimentada antes, por ningun tipo de cundimento. Eso ya provoca una serie de rechazos -preferencialmente deben ser simples y no mezcladas.


Los platos caliente del almuerzo son vegetarianos. No hay carne, ni roja, ni blanca, ni de ningun color...Todos los platos son preparados sin carne y la substituición de las proteínas es hecha a través de los quesos. Eso no está mal, pero seria más conveniente que esa regla fuese aplicada a la cena y no, al almuerzo.

Sin carnes, los platos vegetarianos eran apreciados por muchos, especialmente de los  indianos. Las preparaciones eram pastas, fideos, lasañas, mosaka (berenjena con salsa de tomate y queso), bollos fritos de verduras, sufles de queso entre otros muy sabrosos pero bien fuertes de cundimentos. Muchas veces acompañados de salsas dulces o cundimentadas.
En realidad, una característica europea es comer todo com patatas (papas). Cuando terminé de contar ya estábamos en el décimo dia de papas (cocidas en general). Me di cuenta que se ellos vinieran a Brasil, les pareceria raro tanto "arroz".

La mesa con los africanos....que duda!
Los postres merecen aqui un destaque. Los europeos tienen un gusto por postres, cremas, helados, tortas con crema helada, frutas cozidas, mus de chocolate, mus con y de frutas, algunas que nunca las vi, pareciendo un blackberry rosado. Todo estaria más que perfecto si no fuese siempre puesto cascaras o jugo de naranja o de limón. Eso lo fuímos descubriendo por que todos los dias sentíamos un gusto fuerte ácido en todos los postres. Dicen que es así en Europa: no les gusta el dulce, sin que haya algo que lo “quiebre”. Me acordé que en Brasil, acostumbramos tomar un café chico después de las comidas, que funcionan como “quiebra dulce”. Pero a no todos les gusta el café. Me gustaria también hacer un resalvo grande a las cremas con leche: todos son deliciosos pues la leche suiza es sensacionalmente sabrosa!

Y por hablar en bebidas, después de la comida servian água.
Outra resalva: el água en Caux era muy rica...eso podría decir si el água tuviera gusto. Pero podria decir que es “aveludada”, algo como la leche, cuando es sabrosa. Se puede tomar água de la canilla. El água sale fresca sin necesidad de ponerla en la heladera. Y la caliente falta poco para poder tomar mate. Siempre llevábamos água fresca junto con nosotros pues el clima era muy seco y caluroso - Suiza con 30°C, sin aire acondicionados ni ventiladores.
El café servido después del almuerzo no era rico. Siempre estaba tíbio y eso para el café es un “crimen gastronómico” (servidos en tazas de té) y que no puedo describir su sabor.
Otra característica interesante de los hábitos europeos es que les encanta poner una crema de leche, casi un chantilli, por en cima del café. Pero, imaginense el café tíbio con crema fria: imposíble para mí conseguir provarlo!!! Claro...había outra opción: el té! Soy especialista en café - entonces, era la primera a tomar y me servia directo de la cafetera.

Té de la Tarde

El té de la tarde es compuesto de bebidas y tortas o cookies.


Té de la tarde en la terraza

Las bebidas calientes como el té o el café y las heladas como refrescos se podian tomar a las afueras de la casa, en donde le llaman "terraza". Allí hay mesas y sillas, árboles, pasto, sombra, brisa y la majestuosa vista hacia el lago Ginebra y las montañas del outro lado del lago.
A la orilla de la terraza, una bandera suiza para quebrar el azul, el verde y el blanco del hermoso paisage. Para acompañar todo eso, cookies, torta dulce, croissants, panes, bocadillos...eso sí, muy rico sin ninguna observación a más.


Con el Sr. Summaruga, presidente de Caux en el 2003.
Cena

Ahora sí, más un regalo para los glotones de plantón y un martírio para los débiles de intestino.

Quales son las diferencias del almuerzo:

- hay carne que no hay en el almuerzo, acompañadas de salsa cundimentadísimas, diferentes, dulces....muy raro...nada parecia exactamente lo que era. Es una sensación rara comer algo esperando un sabor y resulta tener outro. Ya lo probaron? Todo acompañado de papas...cuando llegué a contar comidas consecutivas com papas cozidas o en forma de pure, desisti de continuar pues eso ya era suficiente...nó? Pensé: estos no sabem variar el menu? Pero una vez más me acordé del "arroz com feijão".

- No habian las hermosas ensaladas del almuerzo. Nada, ninguna verdura! Ay, mi intestino!

- Además del água, había refresco (gaseosa). Ya observan que las dificultades para dormir eran grandes!

- Los postres, las bebidas calientes y las frutas continuaban iguales.

La cena era servida a las 18:30h, menos de dos horas después del té de la tarde. Cuanta comida, nó?

 
Antes de dormir


Aunque nadie descansaba antes de las diez, o casi nadie, (bueno, quizás los chicos y los más viejitos) era servido un refresco a todos en el sobrepiso del restaurant.
Sin heladera en los cuartos, esto era muy bueno.
Habian maquinas de bebidas tambíen y un acceso a la heladera del pequeño comedor. Água - en la canilla!

Comentarios

En los días en que estaba en Caux, envié algunos e-mails describiendo varias cosas que veía allá, para que no perdiese las sensaciones que sentía en los momentos en que las vivia. Aqui van algunas partes de los e-mails:





Estoy mirando y observando todo, todos los dias. Me parece, en general, muy buena la comida. Con respeto a las reglas de higiene, me parecen importantes para que no existan intoxicaciones alimentares. Seria una tragedia. El menu tiene 12 dias y luego, se vuelve a repetir. Veo algunos puntos positivos y negativos. Por razones culturales, todos los dias se come papas y las comidas son muy cundimentadas, como preparaciones indianas, como carnes con pimienta, jaleas o con azúcar. En poco tiempo, ya tuvimos problemas con eso. Miguel Ferreyra y yo, después de una cena cundimentadisima, tuvimos problemas de acidez en el estómago. Sérgio tuvo problemas serios con el intestino. Miguel Sánchez ya se “estropió” en el segundo dia. Con Bernard, todo bien! Por lo menos, es lo nos dijo”.

Pensando en esos probables problemas, llevé remedios de todos los tipos, que ayudaron a amenizar los problemas. Pensé en eso, pues sé que en Europa hay mucha dificultad de comprar medicaciones sin receta médica. Y eso que los precios en Suiza son de dos a siete veces más caros que en otros países.


Para la preparación de las comidas estaba un jefe de cocina todos los días en la “Casa”. Los demás éramos nosotros. Cada uno en un equipo de trabajo. Yo y los demás chicos que fueron conmigo, incluyendo Bernard trabajábamos en el desayuno. Recibimos un curso de 15 minutos, sobre higiene y manipulación, nos daban un adelantal y nos pidieron que trabajáramos com sapatos cerrados, pantalones confortables y com remeras blancas. Hasta tuvimos que asinar un papel diciendo que habíamos tenidos esas orientaciones.


Equipo en el 2004.
Una noche antes, arreglábamos las mesas, poníamos los “juegos americanos” de papel con marcas decorativas, cubiertos, tazas y servilletas y después del desayuno, nos tocaba también ayudar a lavar los platos en la máquina industrial y limpiar las mesas.

Cada uno sacaba sus cubiertos y los llevaba a la máquina de lavar.

Todo muy bien coordinado aun que siempre habían algunos flojos que no ayudaban mucho.


Killy a la derecha en el 2004, el la higiene de los platos y cubiertos.

En uno de los días en que trabajábamos, vino a visitar la “Casa” un fiscal de salud del govierno suizo. Estuvo todo el día observandonos y mirando los trabajos, incluso los servicios de las piezas. Las reglas suizas son muy sérias. Así como lo son las reglas brasileras. Pero más allá de las exigencias o reglas a seren cumplidas por la “Casa”, lo más importante es el cuidado con la higiene de un local en donde todos comen. Si hubiera un problema de intoxicación, seria una tragédia para el encuentro y seria muy facil descubrir si era por falta de cuidados de higiene. La fiscalización obligaria al cierre de las actividades y las incomodidades serian muy serias.

Conclusiones


Buenos...me pidieron varias veces para dar mi opinión sobre las reglas impuestas y sobre el menu y las preparaciones. Pero preferí quedarme quieta y no comentar absolutamente nada pues al primer comentario que hice no hubo buena repercusión. A parte, estaban muy orgullosos que habia una enfermera que hacia los menus para diabéticos. Eso no es del todo malo pero creo que no saben que lo que hace realmente un nutricionista. Bernard intentó hacer marketing pesado todos los días junto a todos los responsables, pero no hubo ningun interés aparente.
 
Para terminar, hemos comido muy, pero muy bien y nunca nos faltó absolutamente nada!
Ah, los chocolates..............hmmmmm!