Ao redor da avenida central do Hermena, a Alameda das Acácias, encontramos o Apocalipse, que anunciava nas paredes comidas tipo jantar (foto). Não tínhamos referência alguma, exceto a visibilidade dos locais.
A opção foi apocalíptica: eles só tinham meia dúzia de opções, num cardápio em petição de miséria. As comidas escritas nas paredes eram dos donos anteriores. Pizza e frango, nem sonhar. O garçom, um jovem até com aspecto de sujo. Pedimos café e eles foram aquecer a água, que veio servida em xícaras. O cliente poria açúcar e café solúvel, a gosto. Seríamos os almofadinhas da cidade exigindo demais, ou realmente os padrões aqui eram baixos demais?
Ante tal demora e pobreza, cancelamos os pedidos de sanduíches e fomos comer na cidade. Perto do Hotel Brasil achamos o Cotidiano, um nome bem mais tranquilizante, onde de dia há buffet e, de noite, pizzas e vários pratos. Ignez por telefone também participou da tertúlia, e chegamos a recordar que quando ela contava 30 anos foi impedida pela família de namorar, e até se negou a casar com um pretendente que era de agrado da mãe (acredite se quiser). Pelotas ficou ligada à falta de liberdade e felicidade. Neste fim de mundo que é Santa Vitória, fugimos de dois apocalipses (a repressão pelotense e a indisciplina praiana).
3 comentários:
Meu Deus!!!! Com trinta anos e impedida de namorar ...! Quanta repressão mesmo!
Ela "cumprimenta" a mãe?!
Ai, desculpa, Francisco, talvez até briguemos por isso mas reegistro aqui minha indignação relativa aos Soto Vidal (pais)!
Absurdo!
Bj, Francisco...
Depois de Ignez desligar, recordamos o episódio, ocorrido em 1960 (eu não era nascido): foi impedida de encontrar-se com amizades não aprovadas pelos pais. Anos depois, a mãe (Theresinha) tinha um pretendente aprovado e até marcou data, mas Ignez não quis saber de nada, causando grande desgosto à mãe. Coisas do século XX.
"Coisas do século XX" ... Que desapego ao passado, Francisco! Que bom ... ! A maioria de nós, ao invés de ter o passado como um aliado, tem-no por inimigo!
Bj!
Tê!
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