Pessoas no Mundo - Perfil dos Participantes en Caux
Agosto de 2003
5. Semelhanças com os Africanos
Os africanos trajados tipicamente, com seus turbantes e batas coloridas e brancas , iluminaram o congresso e marcaram a todos por sua alegria.
Oferecemos para todos eles, nosso workshop de forma exclusiva e a possibilidade de algum jovem africano ir a Montevidéu participar do programa de formação do “Gente que Avanza”. Mas acho que não ficará satisfeito até que possamos ir visitá-lo.
A relação com os africanos foi tão informal e tão irmã, que nunca senti essa cultura do outro lado do Atlântico, tão perto do Brasil.
Para uma moça de Senegal expliquei a história da feijoada. Ela achou linda e sentiu também o sofrimento que seu povo teria passado nas novas terras colonizadas.
Durante a festa das danças internacionais, as africanas dançavam melhor que qualquer brasileira....acabei dizendo: “você se parecem tanto conosco”. Mas ri e pensei melhor: ”acho que nós é que nos parecemos com vocês”. Ela ria e gostava do que falávamos!!!
O Sr. Hanz é suiço de Luzern. Depois de nossa palestra sobre “não odiar os outros, outra culturas, outros países” veio conversar comigo para que eu fosse a Luzern conhecer uma colombiana, esposa de um amigo, que não estava se adaptando na Suiça. Pediu-me a tradução da música “Cambia, todo cambia”. Então, palavra por palavra, enquanto ele escrevia, fui traduzindo as palavras da música argentina que quer dizer que tudo pode mudar neste mundo: o diamente a cada lapidada, o cabelo do ancião, o que é superficial, o que é profundo, os pássaros mudam o seu ninho...e continuei....e a cada frase eu tinha que ser muito explicativa pois ele tinha uma certa dificuldade de entender que tudo mudava. A cada frase ele dizia: “Oh, que interessante!”
Então, contei que na América Latina acreditávamos que tudo podia mudar, menos nosso amor por nossa gente e por nossa pátria. Nossa forma de ser é muito aberta. Contei que muitas casas em vários lugares não eram trancadas e que as pessoas ficavam na porta conversando com os amigos. Que muitas vezes convidávamos as pessoas para tomar um café um chimarrão.
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Hanz atento antes da musica que o abalou. |
Disse que eu estava indo a Barcelona visitar o Toño e que ele ia me dar a chave da casa dele, enquanto ele viajava para a França. Depois ele voltaria e tudo estaria em ordem.
Os olhos azuis do Sr. Hanz me fitavam mas seus pensamentos estavam confusos.
Ele não entendía o que eu contava. Não conseguia imaginar uma moça visitando um primo, não entendia tanta proximidade entre as pessoas e nossa necessidade tão forte de carinho e receptividade.
Não sei se ajudei ou se atrapalhei mais! Até eu fiquei confusa!
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