Iniciamos este blog em outubro de 2008, para divulgar o lançamento do livro de Francisco Dias da Costa Vidal sobre suas memórias da Praia do Hermenegildo. Mas continuaremos contando sobre nossos passeios, nossas experiências, nossas artes, e as novidades do nosso Planeta. Convidamos a todos os amigos a participarem e assim, continuarem a fazer parte da nossa história! Sejam Bem-vindos!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Zipaquirá e a Catedral "Maravilhosa" do Sal (4)

Aproveitando nossos dias em Bogotá, fomos visitar Zipaquirá, cidade onde está a CATEDRAL DO SAL -  A Primeira Maravilha da Colombia.

Esse dia, foi daqueles que a gente deixa de ser um pouco turista e pega um ônibus normal, com gente dali, é super bem atendido e chega a qualquer lugar com ajuda de todos.
Nesse dia, me senti quase uma atração dentro do ônibus, aqueles típicos, com pessoas simples, coisas dependuradas, gente subindo e descendo e o cobrador conversando com todo mundo. Mas como faz bem
Zipaquirá e Chia ficam pertinho de Bogotá
Descemos do ônibus, conforme indicação do cobrador, depois de menos de uma hora.
Ele nos indicou o caminho, mas deveríamos ainda subir bastante - ir por uma avenida, atravessar o centro e subir o morro até a entrada.
Foi então que entramos numa confeitaria - pedi para trocar o dinheiro e pedimos indicações. Apesar de ter-nos indicado ir a pé, preferimos ir de taxi e depois descer caminhando, se isso fosse possível.
O dia seria cansativo.

Zipaquirá parece um povoado, com casas antigas e tudo pode-se ver caminhando também.
Mas soubemos que eram 
Geralmente, chamam-na de Zipa, o cacique mais importante da tribo MUISCA.
Ela tem diversos nomes, incluindo Cidade do Sal, de onde ainda sai grande percentual de sal consumido na Colombia. Ali também se hospedou Bolivar no início dos anos 1800.
Entrada da Mina - bilheteria
Ao entrar na mina, escolhem-se os diversos passeios oferecidos pelos guias.
Nós escolhemos  deles:
1. Passeio pela mina - pode-se até fazer sozinho, equivale a uma descida de metros.
2. Caminho do mineiro - o guia nos conduz a uma estreita fenda nas pedras, em meio a escuridão absoluta e logo saimos num caminho alternativo. Todos de capacetes com luz. Temos explicação mais geológica da mina, sobre a vida dos mineiros, até chegarmos ao final do túnel, onde há oportunidade de escavar com picaretas e ver a simulação de uma explosão de rochas.
3. Descida com o bonde até o centro de Zipa e passeio turistico pelos pontos principais da cidade colonial - no próximo post.

As minas já tinham tradição de santuário religioso dos mineiros antes da construção da Catedral em 1950/4, a qual foi dedicada a Nossa Senhora do Rosário, que na religiosidade católica é a Padroeira dos Mineiros.
Entrada da mina e os grupos ao redor do guia
Esta Catedral, é o novo projeto feito por um arquiteto. Iniciou-se em 1991 e terminada em 1995, 60m abaixo do nível da antiga Catedral, que por motivos de segurança, foi fechada.
Quando o guia nos recebe, avisa: - desliguem seus celulares e máquinas fotográfica eletrônicas pois com o magnetismo, elas perdem a carga das baterias. Deixem para tirar fotos ao final, quando subirem.
A entrada vai convidando o visitante a um efeito de luzes já desde o início. O que não se espera, é que essa iluminação colorida acompanhe até o final, provocando efeitos de profundidade e simbolismo às imagens e estações da Via Crucis.
O projeto é de um arquiteto. A Primeira Catedral foi construído exclusivamente pelos mineiros em 1950 até quando foi fechada.


Nas primeiras fotos, vemos os primeiros níveis da mina e desde o alto vê-se o terceiro piso, com a cruz na Catedral principal e seus 5 metros de altura.
Ali rezam-se missas e especialmente celebram-se casamentos. 
De cima, vê-se o átrio central.
Cada uma das naves tem esculturas formosamente talhadas por mineiros e escultores. Também estão o Anjo Guardião, talhado em 1950, pelo escultor italiano Ludovico Consorte e a enorme cruz do átrio central.




Atrás da cruz, uma cachoeira de sal, natural. As esculturas todas feitas em pedra de sal.
Uma das capelas secundárias.

Efeito de luzes, esculturas e o presépio em pedra.

Nosso guia na pia batismal - como é de sal, poucos batismos se podem fazer.
Catedral do Sal, uma das capelas internas construídas pelos mineiros, após a antiga mina ter sido desativada
Outra capela
Detalhes esculpidos nas pares da Catedral indo para a sacristia.
Hóstia de pedra de sal
Guia e nossa turma - grupos grandes que entram e saem o dia todo
Homenagem ao Mineiro, em ferro


Um dos túneis da mina que dá acesso ao banheiro
Mineiros montando detalhes nas paredes
Mineiros param para tirar fotos e esculpem decoração na parede. Ao fundo, o acesso a cafeteria e lojas.
Lojas
Lojas de venda de lembranças feitas de pedra
Piscina e ao fundo a cafeteria e a loja
Piscina
Piscina???? Que piscina???? Sim, isto é uma piscina subterrânea e não uma caverna, um buraco imenso.
Porém, não é uma piscina profunda e sim uma simples lâmina de água de  10cm de profundidade. Profundidade? 
É só assoprar para acreditar: a água se mexe lentamente  e forma ondinhas muito delicadas.


Iniciando o caminho do Mineiro
Estações da Via Crucis


Todas as estações são feitas em grandes espaços utilizando sempre a pedra da mina. Os simbolismos são diversos e criativos.
A Mina de Sal e a Catedral são artes maravilhosas fruto da história desenhadas pelos indígenas e seguidas por mineiros e, hoje, por artistas.
É muito dificil sair dali sem estar impressionada com tudo que se viu.
Em um vídeo em 3D sabe-se muito mais. O que se conhece neste passeio, nada mais é do que uma parte pequena da mina toda de onde se retira sal até hoje. Ela possui caminhos ára a circulação de ar, para transito de caminhões e chega a 1000km de extensão.


Por isso ela é a Primeira Maravilha da Colombia... e deveria ser do Mundo.



Zipaquirá, a cidade histórica (3)

Zipaquirá foi, como toda a Colômbia, uma cidade surpresa.
Mas desta vez, os motivos foram bem diferentes.
Haviam-nos dito que lá havia uma Catedral de Sal. Já tinha ouvido falar nessa Catedral e já a descrevi no post anterior - esperam que tenham lido.
E como parte do passeio, compramos, além do Caminho do Mineiro, o retorno ao centro da cidade utilizando o trem - trem de rodas e pneus normais. Mas divertido da mesma forma, como apito e aberto dos lados para podermos ver, fotografar e interagir com as pessoas locais. Aliás, muito divertido. A impressão nítida é que todos estão acostumados a ver turistas passeando mas que todos são como uma novidade a parte. Todos olhavam, riam, se admiravam e até saudavam.
No final do passeio, fizemos uma parada na Praça da Matriz, tiramos várias fotos e fomos almoçar por ali perto, ainda na parte histórica. 
Chegamos de ônibus desde Bogotá para passar o dia, já que Zipaquirá fica a apenas 50 km de distância da capital e ir de ônibus significaria viver um dia como qualquer cidadão colombiano. Aliás, a melhor opção para nós naquele momento. Fomos uma atração o tempo todo. 
Lembre de uma coisa - diga sempre que é brasileiro - todos ajudam na hora.

Sugestão - http://diariodemochileirojr.blogspot.com.br/2011/05/zipaquira-1-maravilha-colombiana.html

Igreja 
Chegamos em Zipaquirá em um dia de chuvisco, meio frio, meio caloroso. Como não sabíamos qual roupa usar, nada melhor do que levar de tudo. Eu tinha aquelas capas de chuva transparentes que se usam muito em Gramado - terra também chuvosa. Trouxe de lá. Santa solução. Minha amiga Ana - Ana também - estava de guarda-chuva.
Praça principal e Prefeitura
Catedral de Zipaquirá e Praça Principal


Zipaquirá - significa "terra de Zipa" líder indígena muisca - é uma das cidades mais antigas da Colômbia - sua história antecede a época da conquista dos espanhóis. Tem cerca de 100.000 habitantes e o que se espera é uma cidade bem menor, mas Zipa, como a chamam, tem diversas atrações, dentre as quais prédios coloniais, a Igreja Matriz imponente, parques, museus e restaurantes com comidas típicas. Mas cuidado - nem toda a comida típica pode ser convidativa.

A temperatura de Zipa é baixa - de 8 a 20°C durante o ano. Região cercada de morros e montanhas, bosques e sua altitude - mais alta que Bogotá - faz o clima ser de montanha. Assim como Bogotá e toda a Colômbia, a proximidade do Equador faz o clima ser estável e regular durante o ano, sem muitas diferenças entre verão e inverno.


Vista de Zipa desde a mina de sal

Trem descendo da mina de sal indo para a cidade - citytour
Trem entrando na praça

Curioso no passeio de trem pela cidade de Zipa

Rua de Zipa
Museu Arqueológico
"Balcões" na Praça da Matriz


Padaria - pena não ter podido entrar
Senhor típico, com seu poncho contra o frio
Estação ferroviária La Sabana, de onde chegam trens de Bogotá, reformada recentemente.
Ruas de Zipa
Ruas de Zipa
Infelizmente, estas são cenas que se repetem em todos os lugares onde vou.
Mas as pessoas também estão por todas as partes
As crianças continuam brincando e se divertindo nas praças
Zipaquirá merece uma visita com calma.
Como era um dia de chuvisco constante, almoçamos com calma num restaurante típico. Tentamos entrar em um com comida bastante original, mas não deu certo. Como nutricionistas, não resistimos a falta de higiene aparente. Fomos a um mais "aparentemente" incrementado, para não termos problemas posteriores. 
Ao sair de Zipa, nova chuva - agora mais forte - abre o guarda-chuva, coloca a capa de plástico e ... pernas pra que te quero. Retomamos nosso caminho, o mesmo de vinda, e subimos no primeiro ônibus rumo a Bogotá.
Mas como estava tudo muito bom, lógico que alguma surpresa nos esperava. 
Eu cochilei no ônibus mas sem antes pedir ao cobrador para nos avisar onde era o terminal. Mas errei feio - não tínhamos que descer no terminal - e sim bem antes.
Ah, como boa viajante experiente, lembrei que tínhamos que descer perto da Calle 100.
Foi o que nos salvou. A Calle 100 estava logo ali. Ai, percebi como colocar números nas ruas ficava fácil para cada um se orientar. E pra que servem os taxis? Ainda mais na Colômbia, que são baratos demais para nós. Chegamos em casa e já era noite. 
Boa foi a notícia que naquela noite íamos conhecer o famoso bar "Andrés, Carne de Rés". 
E que noite......... 




PS. - Gostou do post, das fotos? Deixe sua opinião.

Bogotá - Monserrate, o santuário de faltar o ar (2)

"Al levantar la mirada desde cualquier punto de la ciudad, es imposible no toparse con aquel cerro que desde sus 3.152 metros a nivel del mar, vigila a Bogotá".
http://www.cerromonserrate.com/


O Santuário de Monserrate é realmente referência para todos. Símbolo de Bogotá, ve-se o Santuário desde a Plaza Bolivar. Fundado em 1640, o santuário é local de peregrinação, quando devotos sobem o morro de mais de 600m a pé.
Lá, existia a Capela a Virgem Morena de Monserrate - santuário em Barcelona - e Don Juan de Borja, Presidente do Novo Reino, autorizou sua construção que se chama hoje Santuário do Senhor Caido.

Mas como turista, subi de teleférico. Extremamente íngreme, este meio de transporte se parece com o bondinho do Pão de Açúcar, onde cabem diversas pessoas de pé, avistando Bogotá desde o alto. O trem naquele dia não estava funcionando.
Para mim, visitar Monserrate era questão de honra - local obrigatório, onde meus irmãos haviam estado e diziam que era impossivel deixar de ir.
Num belo dia, sai de taxi e cheguei lá. Sozinha, os passeios costumam ser mais rápidos, mas não deixei de tirar algumas boas fotos.


Bogota desde o Morro de Monserrate
Iniciando a subida, pega-se o teleférico entrando neste prédio onde vendem-se as passagens e lembranças.

Santuário

Nosso amiguinho do teleférico









Artesanato e lembrancinhas
Lateral do Santuário
Via crucis



Esculturas do Via Crucis são de uma perfeição admirável

Ao me despedir do Santuário, descendo
Ao caminhar a 3.150m de altitude, o ar falta, precisa-se caminhar devagar, respirar bastante, para compensar a falta de oxigênio. Não é minha primeira vez, mas agora estou acostumada a morar olhando o mar e qualquer 5m me prejudicam. Além dessa falta de ar, enquanto estava lá, a missa iniciava e as músicas são ouvidas em todos os lados, dando um clima de muita espiritualidade - e me faltou mais o ar.