Iniciamos este blog em outubro de 2008, para divulgar o lançamento do livro de Francisco Dias da Costa Vidal sobre suas memórias da Praia do Hermenegildo. Mas continuaremos contando sobre nossos passeios, nossas experiências, nossas artes, e as novidades do nosso Planeta. Convidamos a todos os amigos a participarem e assim, continuarem a fazer parte da nossa história! Sejam Bem-vindos!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Casa do Livro: a primeira impressão

Na terça-feira prévia ao lançamento, entramos no Hermenegildo com os olhos bem abertos, à procura da famosa Casa do Livro, que na visita anterior não chegamos a ver. Talvez ela estivesse oculta... tive suspeitas de que os funcionários municipais (secretário e diretores) não a houvessem visitado nunca. Confirmaram-se elas, em parte, no dia do lançamento.

Não havia mistério algum. Lá estava ela, na primeira esquina comercial à direita, num dos poucos sobrados de todo o Hermenegildo. Sobre a ampla porta de entrada, um notório anúncio e a vísivel placa com o número triplamente trino, que ninguém sabia: 363.

Tomamos de surpresa a recepcionista. Quem seriam esses turistas tão donos de casa? Shainá, de 19 anos, não nos conhecia nem nos esperava naquela hora, mas nos tratou com a maior gentileza. Ah sim, o lançamento estava programado. Não, geladeira não havia. O sr. Gilberto poderia nos receber? Gilberto, quem? Ah, o Careca. Nossa formalidade contrastava com os modos familiares, típicos daqui, onde os apelidos viram nome próprio.

Afinal o sr. Careca chegou e nos contou um pouco dele e da história da Casa do Livro. Seu nome: Gilberto de Medina Coeli. O primeiro sobrenome, espanhol (igual a Mi Papá); o segundo, italiano (na verdade, do latim, pronunciado "chéli"), "coéli", para facilitar. A Casa fora criada há exatamente um ano (17 de janeiro) e estava tendo sucesso como biblioteca infantil, apesar de destinada a toda a comunidade. Formara-se com doações de sócios; livros usados mas de boa variedade e qualidade.

Atendia grátis, todo o ano, aos 500 moradores permanentes. No verão, todos os dias após 18h; de março a dezembro, em horário normal de manhã e tarde, de segunda a sexta. Nem um só livro se havia perdido, neste tempo. Naquela hora, crianças conversavam e jogavam com os materiais disponíveis, em mesas baixinhas.

Deixamos ali um dos banners preparados por Maria Eliana, para pôr bem à vista durante o lançamento - ficaria depois como doação. Nossa primeira impressão quanto à biblioteca foi positiva, mas nos pareceu que o recinto somente comportava umas 20 pessoas de pé.

Não dimensionávamos que este humilde livro de memórias marcava um grande momento neste lugar: vinha um escritor de longe para presentear a comunidade com um registro histórico (um livro de excelente qualidade formal, cheio de fotografias dos antepassados, como ninguém fizera antes) e era o primeiro livro a ser lançado e vendido aqui no Hermena.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adoro, Francisco, a maneira como narras as histórias da tua família, dos lugares por onde andas, enfim, és um bom "contador de histórias", sabias?